Autor: Ricardo J. Botelho
Como o elefante desenvolveu a tromba? E a girafa o pescoço comprido? E as listras, como surgiram na zebra? Como o cérebro humano atingiu o estágio Sapiens? A evolução acontece devido a uma alteração importante no meio ambiente. Para sobreviver, diferentes espécies encontraram mecanismos (novos hábitos) que, ao longo dos séculos, acabam modificando geneticamente a sua estrutura biológica. Há 300.000 anos, espécies homo, nossos ancestrais, descobriram o fogo e logo passaram a cozinhar alimentos. Com isso, evitaram doenças pela ingestão de germes e parasitas e reduziram o tempo de digestão. Em consequência, o estomago e os intestinos passaram a consumir menos energia o que favoreceu o desenvolvimento do cérebro (o cérebro atual nos humanos consome 25% da energia gerada no corpo). O surgimento do Homo Sapiens a 200.000 anos atrás passou a gerar mais mudanças genéticas importantes, graças à sua capacidade de descobrir coisas novas. Foi assim com a agricultura há 12.000 anos e, muito mais recentemente, com a internet!
Mas o que isso tem a ver com a sua atividade profissional? Muito! Vem comigo nessa viagem na arqueologia, antropologia e biologia. Podemos aprender bastante com esse tipo de reflexão.
Vivemos em um tempo em que o ambiente mercadológico muda de forma veloz e frequente. O alimento (clientes) que antes era abundante está agora escasso. E a maneira de fisgar (ofertar e negociar com o cliente) não traz mais os mesmos resultados. É como se os peixes tivessem evoluído e criado asas. Para comê-los, você tem que aprender a voar.
Para voar, primeiro temos que admitir que seja possível fazê-lo. Sim, o início da transformação acontece na sua mente. Seu desafio é superar o medo de voar e passar a pensar em como vai conseguir a proeza. Se fosse um ganso seria mais fácil. Afinal, gansos não têm consciência. Logo, não perderiam tempo se questionando se vale a pena (oops!) ou não correr o risco.
Se você está na dúvida, lembre-se: há milhões de anos, nosso primeiro ancestral desceu da copa das árvores, onde vivia tranquilamente com fartura de alimentos e a salvo dos predadores, e foi se aventurar na savana onde os riscos do desconhecido eram enormes. Para sobreviver no novo ambiente teve que aprender a andar ereto, ampliando o campo de visão e liberando as mãos para se defender de predadores. Fico pensando: se essa atitude de ir à savana não tivesse acontecido o que teria sido de nós?
E aí vai ficar esperando ou vai descer da sua arvorezinha e enfrentar o desafio de uma nova jornada?