A especificação do sistema deve considerar o tipo da construção e as características particulares do local da obra
Fonte | Portal AECweb
Autoria | Gabriel Bonafé
Conteúdo na fonte | Acesse aqui
O sistema de forro de drywall (chapa de gesso acartonado) é utilizado para dar acabamento na estrutura superior interna do projeto. Além de ocultar redes e dutos, também é capaz de atender exigências de desempenho acústico. Pode ser instalado em qualquer edificação, pois é fornecido em diversas configurações. A aplicação versátil, em contrapartida, requer mão de obra especializada, já que cada sistema possui propriedades e características únicas.
A aplicação versátil, em contrapartida, requer mão de obra especializada – já que cada sistema possui propriedades e características únicas. “Se um dos processos não for executado em conformidade ou se um dos produtos for instalado de modo incorreto, pode-se comprometer todo o sistema”, avisa Marcelo Pedrosa, coordenador técnico da Gypsum Drywall e membro do Comitê Técnico da Associação Brasileira do Drywall.
Geralmente, o forro de drywall é fixado à cobertura ou a uma estrutura intermediária por meio de arames – de forma que, por baixo, fique visível somente o plano liso.
FIXOS E REMOVÍVEIS
Existem dois sistemas para forros de drywall. O fixo – utilizado em obras como shoppings e salões –, possui textura lisa e pode ser plano ou desnivelado. “É modelado com partes mais altas, mais baixas e fechamentos verticais”, descreve o químico e mestre em habitação Carlos De Luca, gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall.
O outro modelo, que é o forro removível, costuma ter a estrutura aparente, sendo ideal para ocultação de redes e dutos. “O forro removível pode ser facilmente levantado para manutenções periódicas”, explica De Luca.
A especificação do sistema deve considerar uma série de fatores, como o tipo da construção – residencial, comercial ou industrial -e as características particulares do local da obra, como, por exemplo, o tráfego intenso de veículos nas proximidades.
EFICIÊNCIA ACÚSTICA
O forro de drywall também oferece diversas configurações para projetos que precisam atender desempenhos acústicos. É possível utilizar chapas perfuradas para absorção acústica; chapas duplas para isolamento acústico ou combinar o forro com camadas de lãs minerais ou de vidro.
Com essas opções, porém, a especificação para escolha certa deve ser mais precisa e rigorosa. “É preciso saber identificar qual é realmente a necessidade ou o desempenho esperado do sistema”, adverte Pedrosa. “Torna-se necessário ter conhecimento e critério no momento da especificação”, finaliza.
CUIDADOS GARANTEM DURABILIDADE
“Muita gente pensa que, depois de algum tempo, o drywall começa a se desfazer”, conta De Luca. “Mas o material não tem prazo de validade”, afirma. O gesso, matéria-prima do produto, é obtido a partir de um processo de moagem e calcinação do minério de gipsita. Após a cristalização, vira uma espécie de pedra que resiste a tremores, vibrações e choques.
De Luca, no entanto, ressalta que é necessário evitar impactos e agressões para preservar a qualidade do material. E também cita alguns fatores que agridem o drywall e comprometem seu estado de vida. “Se houver vazamento em um duto instalado acima do forro, o respingo de água vai umedecer o material, formar fungos e embolorar”, exemplifica. “Esse é um dos casos que denomino agressão”, justifica.
Segundo Pedrosa, a resistência do forro de drywall às diversas condições a que ele ficará exposto está condicionada às propriedades de cada sistema. “Por esta razão, a correta especificação e instalação com mão de obra qualificada se torna necessária para que o sistema não seja exposto a condições adversas fora das condições normais de uso”, alega.
SUSTENTÁVEL?
De Luca, a avaliação da sustentabilidade de um produto deve considerar seu processo de produção. No caso do drywall, o método de obtenção do gesso que compõe a chapa pode ser considerado ecologicamente correto, pois não gasta muita energia. “A temperatura utilizada para calcinação é de 160°C”, revela.
Além disso, a instalação do forro de drywall garante redução de resíduos. “Os poucos (resíduos) gerados podem ser reaproveitados”, diz De Luca.
NORMAS
Existem normas técnicas tanto para o sistema de forro de drywall quanto para seus componentes, como peças estruturais. Além disso, também existem as normas para projetos e instalação do produto.
De acordo com a Associação Brasileira do Drywall, há um conjunto de seis Normas Técnicas que estabelecem diretrizes para utilização correta do sistema. São as NBR 15758-1, 15758-2, 15758-3, 14715-1, 14715-2 e 15.217. Acesse o site para saber mais.
COLABORARAM PARA ESTA MATÉRIA
Carlos Roberto De Luca: Químico industrial pela Escola Oswaldo Cruz de São Paulo em 1966, Mestrado Profissional em Habitação pelo IPT –Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – em 2002. Especialista em Drywall com 42 anos de experiência no setor de construção civil. Gerente Técnico da Drywall – Associação Brasileira do Drywall – e Gerente do Programa Setorial da Qualidade do Drywall ligado ao PBQP-H.
Marcelo Pedrosa: Coordenador técnico da Gypsum Drywall e membro do Comitê Técnico da Associação Brasileira do Drywall.