Uso dos componentes corretos garante a qualidade do drywall

Autor: Luiz Antonio Martins Filho

O que assegura o desempenho de um sistema é a obediência às regras desse sistema, e isso é simples: basta especificá-lo e executá-lo utilizando somente os componentes corretos da forma correta. Um sistema não admite adaptações ou improvisações, pois estas podem prejudicar sua performance e provocar riscos de danos pessoais ou materiais.

As chapas de gesso, os perfis estruturais de aço, as massas e fitas para tratamento de juntas, os parafusos e os acessórios para drywall devem cumprir com rigor o que está definido nas normas técnicas sobre o sistema. Isso, além de tornar mais fácil e rápida a montagem de paredes, forros, revestimentos e outras soluções com essa tecnologia, previne a ocorrência de patologias e, consequentemente, todo o retrabalho exigido para repará-las. Além disso, é importante lembrar que os infratores estão sujeitos às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor, que determina expressamente, em seu artigo 39, item VII, que é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços “colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO”. O mesmo vale para as empresas e os profissionais do setor da construção civil que aplicarem esses materiais em suas obras.

Considerando as exigências legais e visando dar a incorporadores, construtores, profissionais de montagem e consumidores em geral a segurança de somente adquirir componentes em conformidade com as normas e, assim, garantir que os sistemas apresentem desempenho satisfatório ao longo de sua vida útil, a Associação Brasileira do Drywall criou em 2004 o Programa Setorial da Qualidade dos Componentes para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall (mais conhecido como PSQ-Drywall). Por meio dessa iniciativa, todos os componentes do sistema são submetidos periodicamente a ensaios nos laboratórios da Tesis Engenharia, de São Paulo, responsável pelo gerenciamento técnico do programa. Para garantir que as amostras a serem avaliadas sejam representativas da realidade do mercado, a empresa adquire os componentes nas redes de distribuição e revenda, sem identificar-se.

O PSQ-Drywall segue o regimento do Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC) do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H) do Ministério das Cidades (www.cidades.gov.br/pbqp-h). O PBQP-H foi instituído em 1998 pela Secretaria da Habitação desse ministério visando à modernização tecnológica e gerencial do setor da construção civil, tornando-o mais competitivo em termos de qualidade e custos e contribuindo desse modo para a implantação de um padrão de qualidade oficial. A partir de então, passaram a ser criados programas setoriais, visando à verificação da qualidade de todos os materiais utilizados no setor.

A relação das atualizada das empresas que produzem em conformidade com as normas pode ser obtida diretamente no site do PBQP-H. O endereço eletrônico é o seguinte: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/projetos_simac_psqs.php.

Luiz Antonio Martins Filho é engenheiro civil e gerente executivo da Associação Brasileira do Drywall

Nota:
As normas técnicas brasileiras relativas ao sistema drywall são as seguintes: ABNT NBR – 14.715:2010 – Chapas de gesso para drywall – Parte 1: Requisitos; ABNT NBR – 15.217:2009 – Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Requisitos e métodos de ensaio; e ABNT NBR – 15.758:2009 – Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos para montagem – Parte 1: Requisitos para sistemas usados como parede; Parte 2: Requisitos para sistemas usados como forro; e Parte 3: Requisitos para sistemas usados como revestimento.