Como executar paredes curvas de drywall? Conheça recomendações

Como executar paredes curvas de drywall? Conheça recomendações

O processo de montagem é semelhante ao de uma parede convencional. A principal diferença é a marcação, que parte da curvatura que a parede deve ter. Por isso, o ponto mais crítico da montagem é a marcação no piso e sua transferência para o teto.

Fonte | Portal AECweb
Autoria | Juliana Nakamura
Conteúdo na fonte | Acesse aqui

Solução industrializada composta por chapas de gesso estruturadas por perfis de aço galvanizado, o drywall permite a montagem de paredes com diferentes níveis de desempenho e configurações. Uma das possibilidades é a construção de paredes curvas para ambientes internos, tema desta reportagem.

MARCAÇÃO E MONTAGEM DAS GUIAS

Para construir uma parede curva de drywall é preciso, antes de tudo, definir em projeto suas dimensões e o raio de curvatura. Além disso, é necessária a adoção de uma série de práticas especiais.

O processo de montagem é semelhante ao de uma parede convencional. A principal diferença é a marcação, que parte da curvatura que a parede deve ter. Por isso, o ponto mais crítico da montagem é a marcação no piso e a transferência da marcação para o teto.

A marcação da posição da parede no piso pode ser feita com uso de um perfil metálico com comprimento equivalente ao raio da curvatura desejada. O perfil deve ser fixado em uma de suas extremidades. Essa marcação também pode ser feita com linha de náilon, solução indicada para pisos que não podem ser perfurados.

Uma vez realizadas todas as marcações, parte-se para a fixação das guias no piso e no teto com afastamentos a cada 15 cm, no máximo.

Os montantes devem ser instalados conforme especificação do projeto. Para determinar o espaçamento entre montantes, a orientação é dividir o raio de curvatura por cinco. Deve-se tomar cuidado extra com o espaçamento dos montantes nas paredes curvas. Nesses casos, jamais deve-se ultrapassar a distância máxima de 60 cm.

A INSTALAÇÃO DAS CHAPAS DE GESSO

O chapeamento das paredes curvas possui algumas particularidades. “Diferentemente do que ocorre com as paredes convencionais, as curvas devem ser montadas com chapas aplicadas na horizontal. Tal procedimento permite que as placas sejam mais fáceis de serem curvadas”, explica Carlos Roberto de Luca, gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall.

Podem ser utilizadas chapas de 12,5 mm, de 9,5 mm e de 6,4 mm, essas últimas aplicadas sempre em camada dupla.

Para paredes com raios de curvatura de até 30 cm é necessário o umedecimento do verso das chapas antes de curvá-las. “Para raios de curvaturas de até 1 m deve-se utilizar chapas com espessuras de 12,5 mm”, diz Rosângela Ciarcia Arnandes, responsável pelo departamento técnico na Trevo Drywall, lembrando que a fixação das chapas deve ser iniciada pelo meio, seguindo para as extremidades. A distância entre os parafusos deve ser de 25 a 30 cm.

Arnandes alerta para a possibilidade de haver perdas de desempenho da parede curva, com relação à acústica, mecânica e resistência ao fogo. Isso pode acontecer sobretudo quando as paredes de drywall são montadas com chapas de espessura inferior a 12,5 mm. Para evitar essa situação, a orientação é sempre utilizar duplo chapeamento, mantendo dessa forma a espessura mínima da chapa de 12,5 mm.

ACABAMENTO E PREPARO PARA CARGAS EXTRAS

Em paredes curvas de drywall, as juntas devem ser trabalhadas normalmente, com a aplicação de camadas de massa e fitas de papel apropriadas, fornecidas pelo fabricante do drywall.

Uma vez prontas, as paredes podem receber qualquer tipo de revestimento, lembrando que, no caso de paredes com curvaturas, o revestimento deve acompanhar a curvatura da parede. Por isso, normalmente se utiliza pintura, texturas ou revestimentos flexíveis como laminados.

Para receber cargas extras, as paredes curvas, assim como ocorre com as demais paredes de drywall, devem ser reforçadas através de montantes duplos encaixados.

Todo o processo de instalação deve seguir as diretrizes das seguintes normas técnicas vigentes:

  • ABNT NBR 14.715:2010 – Chapas de gesso para drywall
  • ABNT NBR 15.217:2018 – Perfilados de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Requisitos e métodos de ensaio
  • ABNT NBR 15.758:2009 – Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos de montagem

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Carlos Roberto de Luca – Químico industrial com mestrado profissional em habitação pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). É gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall.

Rosângela Ciarcia Arnandes – Técnica em edificações com MBA em gestão empresarial. É responsável pelo departamento técnico na Trevo Drywall.